Com os avanços da tecnologia e das soluções inteligentes, “cidade do futuro” já é realidade no presente

Entenda como as cidades inteligentes podem mudar a maneira como vivemos e moramos

Que tal morar em um lugar seguro, monitorado com câmeras, sem trânsito, com espaços compartilhados, coleta seletiva de lixo, sistema de transporte eficiente, cinema e biblioteca gratuitos? Parece ficção ou a descrição de um condomínio de luxo restrito a pessoas de alta renda, não é? Mas na verdade este conceito de moradia já é bastante acessível e tem sido implantado com sucesso em várias partes do mundo, inclusive no Brasil.

Através da Planet Smart City, empresa fundada em 2015 pelos especialistas italianos no mercado imobiliário Giovanni Savio e Susanna Marchionni, pelo menos quatro cidades do Brasil já estão adotando projetos de cidades inteligentes. “Nosso propósito é ajudar a resolver a crise global de moradias em países com grandes déficits habitacionais, trabalhando em parceria com desenvolvedores em todo o mundo, para revitalizar bairros já existentes. A empresa é focada na geração de impacto social positivo e criou um formato inovador para projetos inteligentes que pode ser replicado em todo o mundo”, explica a cofundadora e CEO da empresa, Susanna Marchionni.

Nesta entrevista, ela explica como funciona na prática o conceito de Cidade Inteligente Inclusiva, quais são os diferenciais dos projetos da Planet Smart City e também como é possível uma cidade oferecer infraestrutura de alto padrão e mais de 50 soluções inteligentes a preços acessíveis. Acompanhe a seguir:

Qual será o impacto da chegada do 5G, com a chamada “internet das coisas”, para acelerar o desenvolvimento das cidades inteligentes?

A chegada do 5G terá um impacto super positivo e vai possibilitar darmos um grande salto em tudo, seja na qualidade de vida das pessoas, na indústria, na prestação de serviços, na forma como nos comunicamos, na oferta dos serviços públicos entre outros.

A Internet das Coisas (IoT) já é uma realidade em nossas smart cities. Estamos testando soluções de automação residencial com algumas famílias da Smart City Laguna (Ceará). A experiência acontece a partir da conexão de dispositivos residenciais à internet controlados remotamente por meio de aplicativos móveis, transformando casas em ambientes inteligentes. Os testes estão em andamento e fornecerão dados e percepções para que os sistemas possam ser implementados em outros projetos no país, bem como na Índia e em todo o mundo.

De maneira geral, em que estágio nossas cidades se encontram atualmente em relação às soluções tecnológicas que visam facilitar a vida da coletividade?

O Brasil está entre os cinco países com maior déficit habitacional em todo o mundo e as cidades do futuro são as smart cities, que são lugares ricos em segurança, inovação social, tecnologia, práticas sustentáveis, planejamento urbano, mobilidade urbana, digitalização, espaços compartilhados, entre outros.
 
Nós, da Planet Smart City, temos uma visão clara: oferecer a todos a oportunidade de viver em um lar melhor, democratizando o acesso à habitação própria. Atuamos para transformar a crise global de moradia em países com grandes déficits habitacionais e somos líder global em cidades inteligentes inclusivas. Nossos projetos visam promover um verdadeiro senso de comunidade entre os moradores. 
 
A cidade do futuro deve levar em consideração o compartilhamento de serviços de qualidade e intensificar projetos que ofereçam bibliotecas, cinemas, ciclofaixas, coleta de lixo seletiva, cursos profissionalizantes e gratuitos e opções de entretenimento e de esporte.

Com relação aos custos, hoje você diria que é viável para a maioria das nossas cidades adotarem essas soluções tecnológicas?

Acredito que o Brasil ainda precisa avançar muito em relação à implantação de soluções inteligentes nos municípios. Espero que as cidades brasileiras sejam mais igualitárias, como em nossas cidades inteligentes inclusivas, onde todos têm acesso aos mesmos serviços e espaços, seja morador ou não, como bibliotecas, cozinha compartilhada, cinema entre outros.

Precisamos sempre promover a inclusão social e digital e o senso de pertencimento e estimular o cuidado com o bem comum. Uma cidade inteligente é um ambiente onde tudo está ao alcance de todos e onde as pessoas são o centro de tudo, independente de classe social, raça e orientação sexual.

Quais são as principais ações que uma cidade deve implantar para ser considerada uma smart city?

Criamos na Planet Smart City o inovador conceito de Cidade Inteligente Inclusiva, que une soluções inteligentes em quatro áreas: Pessoas, Planejamento Urbano e Arquitetura, Tecnologia e Meio Ambiente, para fazer da cidade um local que oferece uma alta qualidade de vida.

Por ser uma cidade construída do zero, ou seja, planejada, as nossas smart cities não terão os principais problemas enfrentados pelas cidades tradicionais, como trânsito caótico, insegurança, alagamentos, lixo nas ruas, poluição, falta de saneamento básico, entre outros.  
 
Para evitar esses problemas, implantamos em cada projeto uma série de soluções inteligentes como: aplicativo gratuito do bairro, bibliotecas de livros e de objetos, cinema gratuito, bicicletas compartilhadas, câmeras de videomonitoramento nas áreas comuns, ciclofaixas, coleta seletiva de lixo, cozinha compartilhada, cursos gratuitos, drenagem profunda e saneamento básico, gestor social, hortas urbanas com irrigação inteligente, Hub de Inovação, ilha de recarga de veículos elétricos, iluminação pública de LED, parada de ônibus com wi-fi grátis, pavimentação em piso intertravado que evita ilhas de calor, totem interativo informativo, vias largas com avenida central de 60m de largura, wi-fi grátis nas áreas públicas entre outros.  
 
É possível solucionar a questão das moradias populares utilizando os avanços da tecnologia com a criação de bairros inteligentes?

Sim. Atualmente, 330 milhões de famílias no mundo vivem em casas inadequadas ou são incapazes de pagar seu aluguel. Uma habitação é definida como “social” quando a despesa média anual da família destinada ao aluguel ou a parcela do financiamento da casa própria não ultrapassa 30% da renda total.

Mundialmente, os projetos de Habitações Sociais têm os principais requisitos: dimensões mínimas (a média de uma unidade habitacional é de cerca de 55 metros quadrados), acesso a água potável, sistema de esgoto, rede de distribuição de eletricidade e distância do local de trabalho, com tempo de deslocamento inferior a 1 hora. Uma moradia inadequada afeta diretamente o meio ambiente, pois nela faltará tratamento de esgoto, coleta seletiva do lixo, consumo desordenado dos recursos naturais, entre outros problemas.

Já as cidades inteligentes são aliadas do meio ambiente, pois são cercadas de áreas verdes, são todas planejadas, incentiva a economia de água e energia elétrica e estimula o uso de energias renováveis. Nossos projetos e cidades inteligentes usam as mais recentes inovações em sustentabilidade.

Como você define a missão da Planet Smart City e a sua em particular frente a um país com tantos desafios e desigualdades como o Brasil?

Um dos maiores sonhos do brasileiro é o da casa própria, é o de ter um lugar para a família, um lugar para se sentir seguro e ser feliz e é aí que entra a Planet. Não nos contentamos em construir casas a preços acessíveis: queremos realizar sonhos! Sonhos de uma vida mais plena, integrada, mais feliz. Nossas casas têm valores acessíveis e entram no programa Minha Casa Minha Vida, estão ao alcance de todos, mas as casas que construímos têm qualidade, são lindas, inovadoras, bem planejadas e bem construídas e se isso não fosse suficiente, elas são inseridas no contexto de cidades inteligentes: inclusivas, com infraestrutura de alto padrão, com serviços e tecnologia ao alcance de todos. 
  
No futuro as pessoas não irão comprar somente uma casa ou apartamento, mas sim todos os serviços ao seu redor. Nós estamos antecipando esta tendência que antes estava ao alcance somente de poucos. Quem compra uma casa da Planet conta com um pacote de soluções inteligentes, que podem variar de acordo com o projeto, como cozinha compartilhada, cinema gratuito, biblioteca, coworking, academias ao ar livre, espaços abertos e acessíveis a todos. 

Sobre Susanna Marchionni: 
 
Susanna Marchionni é a CEO da Planet Smart City no Brasil e cofundou a empresa em 2015, ao lado do CEO Global Giovanni Savio. Ela tem 25 anos de experiência no setor imobiliário e é a força motriz da empresa no Brasil, liderando a disseminação do conceito de cidade inteligente inclusiva no país. Susanna é responsável pela expansão da empresa no Brasil nos próximos anos. 

Saiba mais: www.planetsmartcity.com.br

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