CMB – Como surgiu a Agrozônio?
Cybele – A Agrozônio foi idealizada por 3 economistas: eu, Celina Ramalho e Maribel Barazal. Todas já tinham a ideia do projeto e com a nossa união ele se concretizou. A aplicação do ozônio na agricultura e na pecuária vem para trazer soluções inovadoras dentro e fora da porteira. É uma mudança de paradigma em sustentabilidade, qualidade e segurança dos produtos agrícolas que vão ao encontro da agenda de bioeconomia que o país tanto necessita cumprir.
CMB – Você pode explicar melhor o que é bioeconomia?
Cybele – Bioeconomia é uma economia sustentável, é a visão do futuro. É usar os recursos biológicos de forma inteligente, cuja essência visa a melhoria da qualidade de vida e a saúde do ser humano. A bioeconomia se preocupa com o consumo consciente em equilíbrio com o meio ambiente. E essa tendência é mundial. Atualmente metade dos jovens chineses pensam em sustentabilidade antes de comprar qualquer alimento e o mundo deve caminhar nessa direção a médio prazo.
CMB – Onde o ozônio pode ser utilizado e quais as vantagens na agropecuária?
Cybele – Bem, são inúmeras as utilidades e os benefícios na agricultura e na pecuária. Usamos nas plantações, seja no café, soja, algodão, milho, arroz, nas
frutas e verduras, onde, através do aumento da oxigenação podemos fazer o manejo de solo, o controle de pragas e a conservação da safra. A aplicação do ozônio pode ser por irrigação, aumentando a oxigenação e quantidade de raízes, tornando dessa forma a planta mais resistente. Na nutrição do solo, aumentando a quantidade de nitrogênio sem uso de químicos. Na proteção da plantação, com pulverização sem uso de agrotóxicos. Na conservação dos alimentos, aumentando o tempo de prateleira. O ozônio também é utilizado na desinfecção de agrotóxicos em pátios de aviação agrícola e tratores. Uma Instrução Normativa de 2008 do MAPA – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, determina que as empresas devem adotar equipamentos, como o gerador de ozônio, que degrada as moléculas de agrotóxico para evitar a contaminação local. Com isso preservamos os nossos lençóis freáticos.
Também usamos no ambiente de produção de leite, podendo ser aplicado na sanitização do feno, eliminando fungos e contaminantes; na erradicação da mastite, diminuindo a quarentena; na cicatrização de feridas, pois auxilia no processo de cura; na sanitização de dutos e tanques de estocagem, que gera uma maior eficiência e menor custo e na sanitização de pisos e superfícies sem o uso de produtos químicos para limpeza e desinfecção.
Na produção de carnes, desde a reprodução, por melhorar a performance de inseminações; aumenta a imunidade do animal, uma vez que se usa menos antibióticos e diminui a mortalidade; na cicatrização mais rápida de feridas; na sanitização de carcaças sem o uso do cloro; enfim na conservação pois preserva-se o alimento por mais tempo. Um exemplo interessante de citar na pecuária é o problema com os carrapatos, o carrapato gera a necessidade do uso de antibióticos e anti-inflamatórios que deixam resíduo nos animais. No processo de ordenha, o uso do ozônio em meio à água desinfeta o ambiente e os animais, eliminando assim hospedeiros como o carrapato e focos de infecção.
Também pode-se implantar o uso do ozônio na produção de ovos e peixes.
CMB – Você poderia nos explicar tecnicamente por que o ozônio tem esses efeitos na produção agrícola e pecuária?
Cybele – O ozônio é um gás O3, uma molécula composta por três átomos de oxigênio. Sendo ele um gás natural,não deixa resíduos na produção agrícola, pecuária e no meio ambiente.
Assim, o uso do ozônio é o único sistema de tratamento que é 100% sustentável e ecologicamente correto.Ele produzido em alta concentração, é 100 vezes mais
potente que o cloro e 3.000 vezes mais rápido em ação, matando qualquer vírus, bactéria ou fungo.